Farrapos de montanha
Com as mãos a esfregar a barriga rumámos ao refúgio “Nelinha das Lãs” onde, como já vem sendo hábito, fomos recebidos com honras de chefes de estado.
Apesar da tosse com que estava, o entusiasmo insuflado pelo facto de estar prestes a partir para a montanha com o
Saímos do Fundão à hora combinada e chegámos à Plataforma de Bejar no ápice.
De dentro do carro o termómetro antevia um choque térmico violento. Estavam -2ºC.
A botas pisaram os primeiros cm de neve por volta das 11h. O caminho faz-se por entre vegetação rasteira coberta por uma camada de cerca de
As previsões diziam que estaria assim até domingo, podendo haver vento de madrugada e agravamento das condições ao início da tarde de domingo, o que seria perfeito para os nossos planos.
A serra de Bejar tem a forma de um pão de Mafra, dos compridos, com duas bochechas no lado sudeste: O Canchal de la Ceja (
Não tem uma paisagem surpreendente mas serve perfeitamente o propósito de tirar o pó às ferramentas de Inverno.
Escolhemos um local pouco abrigado do vento mas suficientemente plano para o acampamento. Em 20 min o Campo Base estava montado.
Vencendo a preguiça que reinava ainda saímos para um aquecimento na encosta norte do Canchal de la Ceja.
O João e a Inês decidiram-se por um trekking ligeiro enquanto que os 4 farrapos atacaram, em força, as pendentes de 60º de la Ceja.
Acabámos com a ajuda da corda que, prudentemente e porque o olho esquerdo é irmão do direito, o João tinha colocado na mochila.
Regressámos às tendas com a sombra a pisar-nos os calcanhares a tempo de preparar o 2º lanche do dia com chá feito a partir de neve derretida.
Por entre conversa fiada, fatias de pão com fuet, queijo e massa bolonhesa da Decatlhon regada com vinho tinto alentejano a noite foi esticando esquecendo-se os -4ºC do lado de fora.
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