Páscoa molhada


Travessia dos "3 Hermanitos"

Com tem vindo a ser tradição sempre que o fim-de-semana tem mais que dois dias o destino preferencial é a montanha.

Desta vez e para variar, fomos até Gredos. É que para quem não sabe a Sierra de Gredos é o complexo montanhoso, em Espanha, que fica mais perto de Portugal e que reúne as condições mínimas para este tipo de actividades. Tem um refúgio onde só se chega com 2h30m de caminhada, tem muita neve e de boa qualidade e tem características de alta montanha sem o ser propriamente.

Assim sendo saímos de Portugal às 7:30 e pelas 14h espanholas já as botas calcavam as pedras húmidas do caminho.

A ideia, desta vez, era percorrer o Circo de Gredos pela crista de cumes que o constituem. Na subida, lenta e penosa muito pelo peso das mochilas e o cansaço de 525 km de carro deixámos o sol e apontámos rumo a um mar de nuvens negras nada animadoras. Todos os grupos que encontrámos seguiam na direcção contrária à nossa o que não deixava de ser, no mínimo desencorajador. Alguém vindo na direcção oposta sugeriu mesmo que não era sensato continuarmos naquela direcção.

Uma hora e meia depois o S. Pedro premiou-nos com uma valente chuvada, de tal forma que os 5 minutos que demorei a vestir a roupa impermeável foram suficientes para me molhar até aos ossos. Daqui em diante foi assim: água no estado sólido por baixo e no estado líquido por cima.

Refúgio "ELola" - Alt. 1950 m

Felizmente que o refúgio está lá e com a preciosa ajuda do GPS, pois não se via mais do que 5 m, conseguimos descer até ao nosso "hotel".

Com paciência lá fomos secando a roupa e tudo o que estava dentro das mochilas na esperança que o tempo melhorasse no dia seguinte.

Ainda fomos premiados com alguma luz solar mas sempre na direcção oposta à que pretendiamos.

Mesmo assim arriscámos e fizemos uma parte da chamada "Integral do Circo", que como eu disse é rodear todo o complexo de montanhas que compõem o Circo de Gredos pela sua cumeada.

O nevoeiro permitiu pôr à prova o nosso sentido de orientação e o dos satélites que apoiam o GPS (abençoada maquineta). Diga-se que se o Jorge, mais conhecido por Troi, não tivesse passado mais de 24 horas sentado ao computador a "carregar" no GPS toda a informação disponível na web sobre a sierra de Gredos não teríamos tido tanto sucesso. Um bem haja para ele.

Regressámos ao abrigo, como alguém lhe chama, com a sensação de "saber a pouco" misturada com "não foi nada mau", na boca e com a certeza de que não será a última vez que pisaremos estas terras.

No dia seguinte regressámos ao local onde deixámos o carro a tempo de fugir de mais uma chuvada.

Como é tradição o almoço faz-se na Bodeguilla com um prato de batatas fritas, das congeladas, dois bistec de ternera, calamarea, dois ovos estrelados e caña, ou coca-cola para os condutores.

Foto-reportagem aqui.

Comentários

Anónimo disse…
Acreditar que o Dom Sebastião vai aparecer mum dia de nevoeiro, já não abona muito. Ainda por cima na Sierra de Gredos, piora bastante. Nem com o GPS (Grupo de Procura do D. Sebastião)o conseguiram encontrar?
Pedro disse…
Que inveja!
Pedro disse…
Então onde foi o passeio deste fim de semana comprido?

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