Gravidade zero
É só para dar um cheirinho do que se andou a fazer pelas bandas da Serra da Estrela no fim de semana passado. Um grupo de oito mulheres, um guia engripado e muito boa disposição foram os ingredientes principais deste banquete de sol, cores e flores.
Mais uma vez fui testar as minhas capacidades de guia e levei este grupo a conhecer a Serra da Estrela como ela é, sem neve, sem queijos falsos e peles típicas vindas directamente de Marrocos, sem carros e sem gente. Para isso bastou afastarmo-nos 100 m da estrada asfaltada que a atravessa e descobrirmos porque é que alguém se lembrou de classificar aquilo de Parque Natural:
Saímos do Covão da Ametade pelas 13h, já com a barriga preenchida, rumo ao Covão Cimeiro. Nesta primeira subida deu para perceber que a aeróbica e o step ajudam mas é preciso lá ir mais vezes pois ouviam-se alguns lamentos. Com algumas paragens técnicas e a ajuda das muitas máquinas fotográficas que por ali se viam em menos de 45 minutos estávamos no Covão Cimeiro (não sei se as paragens para tirar fotografias foram genuinas ou se foram uma boa desculpa para recuperar o fôlego).
Mais uma paragem e algumas explicações sobre as redondezas e lançámo-nos à mais dura subida do percurso. Agora é que elas me matam, pensei. Mas não. Portámo-nos todos à altura e apesar de ser bem mais difícil os lamentos diminuiram, talvez já por falta de força e alento.
Nada que não se resolvesse com a animada tagarelice típica deste grupo animado e sem preconceitos. Finalmente chegámos ao fim das subidas de todo o percurso e deu para perceber que temos aqui malta rija. Há pano para mangas. Estas meninas mostraram de facto que o sexo forte não é o masculino.
Daqui já se avista o Vale da Candeeira e a Lagoa dos Cântaros.
E foi para lá que nos dirigimos. Chegados à lagoa seria sacrilégio não fazer uma pausa prolongada e foi assim que, embalados pelo concerto dado pelas rãs, nos deixámos quase adormecer, entregues ao sol e ao tempo.
Como que acordados a meio de um sonho levantámo-nos a custo e fizemos o regresso em passo largo. Fechámos o circuito novamente no Covão da Ametade já com o corpo a pedir algum tratamento e alimento. Eu principalmente que já estava com febre devido à inflamação da garganta.
O balanço foi muito positivo e despertou o bichinho da montanha. Os próximos projectos começam a ficar mais perto e o entusiasmo vai tomando conta do meu cérebro.
Assim que me chegarem mais fotografias prometo pô-las aqui. Até lá... e obrigado Catarina pelas fotos.
Comentários
Também eu começo a ansiar pelos picos que nos esperam no Verão e a cozinhar os lamentos que a falta de step me vão arrancar à gargantinha (não inflamada, espero!).
beijos monteses, montanhacima e coraçãoabaixo
su
venho lembrar-te que é este sábado o encontro no cabo espichel entre as 9 e as 11horas, parece que se tem direito a t-shirt?!sempre vens?
já vi que te divertistes pela serra, sempre em movimento
beijos
liliana
Uma das 8 mulheres (kinky Afro brigade!!!)
Paimica
Eu bem desconfiava durante os 9 meses que antecederam o dia 18 de Outubro de 1975 que ía parir um cabrito montez. (A avaliar pelas biqueiradas e murraças dentro da barriga...)
mãedocabritomontezengripado
Por indicação do Zé Maria, venho pedir-lhe algumas dicas (as que achar importantes, claro) para ir montanhacima pelo Monte Perdido.
Vou lá estar em Junho (princípios do dito).
o meu email é omura@hotmail.com
e o meu nome é João Mourão
Desde já os meus agradecimentos
Quando é que abrem as inscrições para curso de Guia? Este eu não perco!!!