Entardecer no deserto

(foto: Marrocos, Out 03)
O título de hoje não vem muito a propósito mas é véspera de fim de semana e o tema do chá não é assim tão alheio a este blog, até porque na barra de apresentação deste blog advertem-se os mais distraídos para a origem e inspiração que alimentam este espaço.
Em Granada, cidade que já visitei pelo menos umas cinco vezes e visitarei outras tantas sem enjoar, existe uma grande tradição de beber chá nas chamadas "teterias" (chá em castelhano diz-se té) que se concentram quase todas numa rua estreita, com uma forte influência árabe tanto na arquitectura como nos aromas que pairam no ar.
Mais ou menos a meio da rua, do lado direito para quem desce, está uma pequenina loja com um casal de ar meio "woodstockiano", na casa dos cinquenta. Ele, que com a sua farta barba nos conquista a simpatia, explica-nos que todas as misturas que lá se vendem são feitas por eles e são baseadas em misturas antigas, algumas até com vários séculos. Curioso também é que estão quase todas patenteadas. Coisas como sementes de laranja secas, raspas de amêndoa, pétalas de flores e canela são comuns em muitos do chás.
Um dos meus preferidos chama-se precisamente "atardecer en el desierto" e daí o título do tema de hoje.
P.S.: Se lá forem avisem porque está-se-me a acabar o stock...

Comentários

Anónimo disse…
Não terá sido no deserto mas no meio do casario funchalense o último chá que me valeu a pena rememorar. Ainda em convalescença de uns dias enfermiços e chuvosos, depois de um dos temporais maiores da memória recente dos madeirenses, o corpo pedia descanso e conforto. É aí que surge o cházinho, mezinha de mães e avós, que nestas coisas de mimos para o corpo e para a alma têm sempre razão fruto de sabedorias antigas e eficazes que não vale a pena contrariar.
Não seria uma teteria árabe mas uma casa de chá moderníssima, muito zen (como mandam os figurinos actuais), cheia de aromas tentadores e objectos bonitos onde saborerei um chá de menta a sério (coms as folhinhas verdes e verdadeiras em infusão aromática). Para quem não vai a Granada, o Funchal também não fica a perder. No que toca aos aromas da alma um bom chá faz milagres em qualquer cantinho do mundo.

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